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Uma estrela bate à sua porta. Não
abra!
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Um currículo daqueles passou pela minha mesa há pouco tempo. O candidato
era um jornalista com vasto conhecimento sobre uma questão em que
eu estava interessada e tinha ganhado prêmios de prestígio por duas
reportagens. Seu trabalho demonstrava reflexão, diligência e audácia.
Teria sido perfeito para o emprego, mas durante nossa conversa de
quase duas horas o candidato não falou bem de nenhuma pessoa com quem
tinha trabalhado. "Eu gosto de fazer as coisas à mina maneira", disse.
"Não gosto de ser corrigido por superiores." Quando chequei suas referências,
ouvi elogios à sua inteligência, mas as pessoas diziam que ele não
gostava muito de colaborar com os colegas e era avesso a orientações.
Resolvi não o contratar, concluindo que, apesar de seu talento, ele
poderia ter problemas numa cultura que demanda trabalho em equipe.
Não é uma decisão fácil. Como gerente, você pode necessitar das habilidades
do candidato. E também pode enfrentar pressões dos superiores, que
querem algum astro na equipe e não tem de conviver com as conseqüências.
Mas olhar só para o currículo é um erro. "Trabalhar em equipe é crítico",
diz Pat Cook, da recrutadora nova-iorquina Cool & Co. Hoje em dia,
a necessidade de tomar decisões com rapidez está forçando mais colaboração
entre a equipe.
Então, como evitar contratar essas estrelas?
Primeiro e acima de tudo, confie em seus instintos. A despeito do
currículo, nada conta mais do que sua própria reação quando está diante
de um candidato.
Pergunte a si mesmo: Ele responde abertamente às questões e faz suas
próprias perguntas? Está receptivo para sugestões? Em algum momento,
,mencionou algum chefe ou colega que o ajudou na carreira, ou elogiou
o trabalho de outra pessoa?
Se as resposta forem "não", fique atento. Fale com pelo menos uma
dúzia de pessoas. Ouça e acredite no que está ouvindo.
Cook alerta que é bom não falar só com ex-chefes. Essas prima-donas
podem se dar muito bem com os superiores e não se relacionar com colegas.
Procure também envolver sua equipe na tomada de decisão. Ouça aqueles
que vão acabar trabalhando com o contratado. E, claro, respeite o
que eles tiverem a dizer.
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