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O que esperar das profissões do futuro
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Fonte: Jornal "Valor"
Por: Gerson Correia
Nunca se falou tanto sobre educação e formação profissional quanto agora. Vejamos alguns exemplos:
- Há mais de três anos que os recordistas de anúncios em Rádios e TVs não são mais os tradicionais fabricantes de cigarro, cerveja, sabão em pó etc. - São Faculdades, Institutos de Ensino, cursos de Línguas. Tirei a prova. Outro dia ouvi ao acaso, (e tive a curiosidade de contar) o que anunciavam nos intervalos numa dessas rádios que tocam rock. De dez comerciais, dois eram de faculdades e universidades; um de cursinho pré universitário; dois de cursos de línguas e três de empresas de Internet; sobraram dois para o resto: um de chicletes e um de refrigerante. 50% dos comercias eram ligados à educação, formação ou aperfeiçoamento profissional.
- As empresas estão voltando a investir fortemente na formação de sues talentos, inclusive através de cursos de Pós-Graduação. (Notaram quantos cursos "MBAs" estão sendo oferecidos no mercado além dos tradicionais Pós-Graduação?
- As próprias pessoas, desempregadas ou empregadas com medo de serem alcançados pelo desemprego, estão procurando manter-se atualizadas e competitivas no mercado de trabalho.
Isto não é uma tendência meramente local e uma "moda passageira" é um fenômeno que vem ocorrendo em todo o mundo e é uma das conseqüências da globalização da economia e seu impacto no nosso dia a dia. Antes, íamos à uma faculdade, conseguíamos o diploma e uma profissão que nos acompanhava até a aposentadoria. Hoje a nossa formação universitária nos garante, no máximo, os cinco primeiros anos de carreira. As profissões tinham uma "vida útil" maior do que o nosso período produtivo. Hoje as profissões surgem, tem seu apogeu e desaparecem num período menor que vinte anos.
Quem não se lembra de profissões e cargos que tiveram salários excelentes como Digitador, Operador de Computador e Mecanógrafo? Elas surgiram e sumiram em menos de trinta anos!! A atividade de Ascensorista teve mais sorte, sobreviveu por mais de cinqüenta. Querem exemplos de cargos mais altos? Lembram-se de Gerente de O&M?
Vivemos o tempo da educação continuada, do aprendizado permanente. Não é à toa que com tantos cursos anunciado, com a necessidade de se manter atualizado, competitivo e empregável, surjam naturalmente as dúvidas: Que curso fazer? Qual não fazer? Como cuidar da minha carreira? Que riscos meu emprego corre? Será que teria sucesso em outra atividade? Se essas dúvidas nunca lhe ocorreram é porque ou você está mal informado ou recebeu uma herança de uma tia rica.
Por todas essas dúvidas que afligem quem está no mercado é que cada vez mais aparece a necessidade de se consultar um profissional especializado para respondê-las. E quem é esse profissional? No Brasil não há ainda um profissional especificamente preparado para atender essa necessidade. O que mais se aproxima é o Psicólogo, que tem a especialização em Orientação Vocacional e Psicologia Organizacional, e esteja atualizado com o que as empresas estão buscando em seus empregados e executivos. Mas uma coisa é certa, uma vez percebida essa necessidade, não faltarão oportunistas de plantão, aqueles que foram especialistas em Negociação Sindical no início dos anos 80, em Qualidade de ISO 9000 nos anos 90, certamente estarão falando como especialistas em carreira nesta década, oferecendo seus préstimos como quem sempre conheceu o assunto.
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